Não se pode precisar exatamente quando o kneeboard surgiu para a humanidade. De fato, o que se sabe é que, desde os ancestrais polinésios, já se desciam ondas de joelho. Inclusive, no famoso Museu do Surfe, situado no Havaí, existem gravuras que comprovam isto. Por este motivo é que se acredita que, tanto o kneeboard como o surfe, sejam práticas contemporâneas.
Entretanto, o kneeboard moderno, praticado como atividade desportiva, teve influência a partir da criatividade do norte-americano George Greenough, nascido em Santa Bárbara, Califórnia (EUA), e criado desde os 10 anos na Austrália. Uma observação, a Austrália também foi o local onde ocorreu o primeiro campeonato mundial da modalidade, em 1982. Em 1965, George Greenough criou a prancha do ?kneeboard?, batizando-a de ?Velo?. Ela foi projetada para ter flexibilidade na rabeta e na quilha única de formato inusitado. Essas mudanças resultaram em cavadas rápidas e uma aceleração nunca observada em uma prancha de surfe. A partir de suas observações e pensamento de vanguarda, George utilizou seu novo modelo de quilhas, o que possibilitou a diminuição drástica do tamanho de suas pranchas. É bem verdade que ele tinha mais dificuldade de entrar nas ondas e seu estilo de surfar de joelhos causava muito estranhamento na comunidade do surfe todo.
As limitações dos kneeboarders eram compensadas com o aumento do tempo em que se conseguia passar nas ondas, principalmente nos tubos, pois eles precisam de menos área e podem lidar com drops mais íngremes e radicais. O kneeboard é um estilo de surfe onde o praticante pega ondas de joelho. Nesta posição, o atleta se coloca em reverência com uma das práticas esportivas que ajudam a mudar o mundo radical do surfe nos últimos 60 anos. Devido ao seu baixo centro de gravidade, os kneeboarders conseguem realizar um grande número de manobras, como dos surfistas.
Estando mais perto da face da onda, a sensação de velocidade é mais acentuada. Os surfistas do kneeboard podem usar ou não pé de pato. Seu uso tem grande influência nos Estados Unidos, África do Sul e Brasil, já na Austrália o uso não é muito comum. Os kneeboarders têm algumas vantagens perante aos colegas surfistas, quando se trata de dropar nas ondas. O kneeboard no Brasil existe bem remotamente com maior influência no Rio de Janeiro, Santa Catarina e nordeste, estando há muitos anos fora das competições.
No Rio de Janeiro, um dos grandes nomes do kneeboard no Brasil, se chama Sérgio Peixe. ?Peixe? iniciou no esporte por volta de 1972, com pranchas fabricadas por ele próprio. No período entre 1986 e 1992, o kneeboard estava no auge. O pioneiro da modalidade no Brasil é o paulista Paulo Barreto. ?Musgão?, como é conhecido pela galera, iniciou na modalidade em 1967, tendo disputado em 1970 o que pode-se considerar o primeiro campeonato com a categoria Kneeboard realizado no Brasil. Já no Nordeste, os pioneiros do Kneeboard foram Lúcio Chaves e Ériko Vasconcelos, ambos vindos da modalidade bodyboard.
Eles iniciaram no esporte por volta de 1992. No final dos anos 90 e início de 2000, o principal nome do kneeboard no Ceará foi Diego Azevedo. Neste período, ele conquistou alguns títulos, foi campeão brasileiro Amador em 1998 com um recorde de cinco vitórias consecutivas no circuito e em 99, ficou na 9.ª colocação no World Kneeboard Surfing Titles, realizado na Nova Zelândia, onde representou o Brasil com o ídolo Sérgio Peixe. Os últimos surfistas que disputaram o mundial foram Eduardo Machado, natural de Saquarema, em 2002, e Sérgio Costa, do Rio de Janeiro, com a última participação no ano de 2015. As pranchas de kneeboard são feitas exatamente como pranchas de surfe, porém com características especiais como bloco próprio, medidas de formato peculiares e quilhas mais adiantadas. Tudo favorecendo a projeção e um centro de gravidade mais baixo.
O potencial de atuação é o mesmo do surfe, com rasgadas, batidas, aéreos e tubos. As pranchas de kneeboard variam, elas são mais largas do que uma prancha de surfe em média e apresentam um nariz arredondado, além de bordas um pouco mais largas e grip de EVA para os joelhos, com a função de amaciar o impacto com aderência. As pranchas são geralmente produzidas de poliuretano e fibra de vidro, semelhante às de surfe. Em relação às quilhas, são mais adiantadas do que as pranchas de surfe. Isso para obter respostas mais rápidas nas manobras. Quanto mais atrás a posição das quilhas, mais força o surfista terá que fazer para executar as manobras. Por isso, optou-se por adiantar as quilhas.
Existem três shapers no Brasil atualmente que confeccionam pranchas de kneeboard: Sérgio Peixe (RJ), Rafinha (SP) e Renato Estrella (RJ), todos surfistas e conhecedores da modalidade. Atualmente, o kneeboard conta com um número reduzido de praticantes. Isto se deve, na maioria, ao fato do esporte ter sido excluído das competições. Sem eventos, a divulgação ficou restrita apenas às matérias veiculadas na mídia. Existem por volta de 50 a 60 kneeboarders espalhados pelo Brasil, mas infelizmente a modalidade encontra-se fora do cenário nacional há quase 20 anos.
Apesar disso, atualmente existem grupos nas mídias sociais que possuem o objetivo de reunir amigos e praticantes de kneeboard do Brasil. A intenção é promover encontros, eventos e campeonatos para que se possa fortalecer a raiz do esporte para a futura geração.
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